Explore termos e conceitos importantes usados no sistema de monitoramento e alerta do InfoGripe, oferecendo uma forma simples de apoiar a compreensão e seu uso para planejamento de ações em saúde.
Adenovírus: Vírus capaz de infectar o trato respiratório, gastrointestinal, ocular e urinário. Alguns sorotipos estão associados a surtos em ambientes coletivos, como creches e escolas. A transmissão ocorre por via respiratória, fecal-oral ou contato com superfícies contaminadas. Embora geralmente cause doenças autolimitadas, pode provocar quadros graves em imunocomprometidos.
COVID-19: COVID-19 é uma infecção respiratória aguda causada pelo vírus SARS-CoV-2, potencialmente grave, de elevada transmissibilidade e de distribuição global. Muitos casos graves apresentam a síndrome respiratória aguda grave. Foi a doença responsável pela pandemia sem precedentes nos anos de 2020 a 2022 com expressivo número de hospitalizações e óbitos.
Diagnóstico laboratorial: Utilização de técnicas laboratoriais (ex.: RT-PCR, testes rápidos, cultura viral) para confirmar a presença de patógenos em amostras clínicas.
e-SUS Notifica: Sistema eletrônico para notificação de casos suspeitos e confirmados de doenças de notificação compulsória, incluindo COVID-19, permitindo registro rápido e integração com outras bases de dados.
Epidemias: Aumento significativo e inesperado no número de casos de uma doença em uma região, extrapolando níveis esperados.
Fatores de risco: Características ou exposições que aumentam a probabilidade de ocorrência de uma doença, como doenças prévias e comportamentos de risco.
Grupos de risco: Segmentos da população mais vulneráveis a desenvolver formas graves de uma doença, como idosos, crianças, gestantes e imunossuprimidos, no caso de SRAG.
Indicador de tendência: O indicador de tendência atual dos casos de SRAG utilizado no InfoGripe é uma estimativa obtida através da análise do perfil de variação no número de novos casos semanais durante as últimas 6 (seis) semanas para o longo prazo. Isto é, se houve, em média, crescimento no número de novos casos nas últimas 6 (seis) semanas, o indicador de longo prazo apresentará tendência de crescimento para a semana atual. Assim como o indicador de atividade de SRAG, reforçamos que o indicador de tendência se refere à semana atual, não se tratando de uma projeção para as próximas 6 semanas. Por se tratar de uma avaliação estatística, a tendência é apresentada em termos de probabilidade de estar ocorrendo queda ou crescimento. Quando essas probabilidades forem menores de que 75% para ambos os sentidos, temos indicação de estabilização ou oscilação sem aumento ou redução significativa ao longo do período em questão.
Infecções Respiratórias Agudas: Conjunto de doenças com início rápido e duração limitada, podendo ser causadas por vírus (como vírus sincicial respiratório (VSR), rinovírus, adenovírus, parainfluenza (1, 2, 3 e 4), metapneumovírus) ou bactérias, e constituem um dos principais motivos de atendimento médico no mundo.
Influenza: Influenza, ou gripe, é uma infecção viral respiratória causada pelo vírus influenza que provoca sintomas como febre, tosse, dor de garganta e dores musculares. Casos graves da doença podem apresentar a síndrome respiratória aguda grave (SRAG).
Limiares de alerta: No InfoGripe, alertas são emitidos de forma escalonada, em níveis: Baixo Risco, Alerta, Risco e Alto Risco. Os limiares de Baixo Risco indicam que a incidência de SRAG ocorre em níveis relativamente baixos e seguros para a região. O limiar de Alerta sinaliza uma atividade acima do nível moderado, mas ainda abaixo do considerado alto. Já os limiares de Risco e Alto Risco apontam que os casos estão em patamares elevados e muito elevados, respectivamente. Vale destacar que esse indicador reflete o nível de atividade atual e não se trata de uma projeção para as próximas semanas.
Metapneumovírus: Vírus responsável por infecções respiratórias semelhantes às do RSV, com maior impacto em crianças pequenas, idosos e imunossuprimidos. É transmitido por gotículas respiratórias e contato direto, com circulação sazonal que pode coincidir ou se sobrepor à do RSV e influenza.
Notificação de casos suspeitos: Ato de registrar oficialmente um possível caso de determinada doença, antes mesmo da confirmação laboratorial.
Nowcasting: Com base em padrões históricos de atrasos na notificação e na informação parcial disponível no momento presente, os modelos de nowcasting, como os propostos por Bastos, Economou et al. (2019), utilizam métodos estatísticos avançados (frequentemente bayesianos) para prever o "total verdadeiro" de casos ou óbitos até a data mais recente. Em essência, o nowcasting permite que os tomadores de decisão tenham uma visão mais precisa e em tempo real da situação epidemiológica, mesmo com dados incompletos, melhorando a conscientização situacional e possibilitando ações de saúde pública mais oportunas e eficazes.
Organização Mundial da Saúde (OMS): Agência da ONU responsável por coordenar ações internacionais de saúde, emitir recomendações técnicas e apoiar países no enfrentamento de crises sanitárias.
Padrão sazonal: Tendência de aumento ou redução previsível da incidência de uma doença em períodos específicos do ano, como meses de inverno.
Pandemia: Epidemias de grande escala, com disseminação global e impacto significativo sobre saúde, economia e sociedade.
Parainfluenza (1, 2, 3 e 4): Vírus importantes de laringotraqueíte (crupe), bronquiolite e pneumonia, especialmente em crianças. O tipo 3 é o mais associado a infecções graves em lactentes. A transmissão é por gotículas e contato direto com secreções respiratórias.
Patogenicidade: Capacidade de um agente infeccioso, como um vírus respiratório, causar doença após infectar um hospedeiro.
Perfil epidemiológico: Conjunto de informações sobre quem adoece, quando e onde, permitindo compreender a dinâmica de uma doença em determinada população.
Rastreamento e monitoramento de contatos: Identificação de pessoas que tiveram contato próximo com casos confirmados, para vigilância de sintomas e eventual testagem.
Rede de Vigilância de Vírus Respiratórios: Conjunto de estruturas e procedimentos para identificar e monitorar a circulação de vírus respiratórios de importância em saúde pública, subsidiando ações de prevenção e controle. Tem papel fundamental na detecção precoce de surtos, identificação de padrões sazonais de circulação viral, monitoramento de mudanças genéticas e antigênicas nos vírus circulantes e avaliação do impacto de medidas de prevenção, como vacinação e uso de antivirais. Atua também no envio regular de isolados virais a centros colaboradores da Organização Mundial da Saúde (OMS), contribuindo para o sistema global de vigilância da influenza e para a definição anual das cepas incluídas na vacina contra influenza.
Registro de casos suspeitos: Inserção de informações clínicas, epidemiológicas e laboratoriais em sistemas oficiais de vigilância.
Rinovírus: É o principal causador do resfriado comum. Apresenta mais de 150 sorotipos conhecidos, o que dificulta o desenvolvimento de vacina. A infecção é geralmente leve, mas pode agravar doenças crônicas respiratórias como asma e DPOC, especialmente em populações vulneráveis.
SARS-CoV-2: Agente etiológico da COVID-19. Apresenta alta transmissibilidade, capacidade de gerar variantes com diferentes graus de gravidade e escape imune. Transmite-se por gotículas, aerossóis e contato com superfícies contaminadas, causando quadros que variam de assintomáticos a síndrome respiratória aguda grave e óbito.
Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde (SVSA/MS): Órgão do governo federal responsável por coordenar as ações nacionais de vigilância epidemiológica, ambiental e sanitária.
Síndrome Gripal (SG): Quadro clínico caracterizado por início súbito de febre, mesmo que referida, e acima de 38°C, acompanhada de tosse ou dor de garganta e com início dos sintomas nos últimos 7 dias. Pode incluir outros sintomas, como cefaleia, coriza e mialgia. No contexto da vigilância epidemiológica, serve como critério inicial para suspeita de infecções por vírus respiratórios, incluindo vírus influenza e COVID-19.
Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG): Evolução mais grave de uma síndrome gripal, que pode evoluir rapidamente para insuficiência respiratória. Caracteriza-se como pessoa com síndrome gripal que apresenta dispneia/desconforto respiratório OU pressão persistente no tórax OU saturação de O₂ menor ou igual a 94% em ar ambiente OU coloração azulada dos lábios ou rosto.
Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe): Plataforma digital do Ministério da Saúde utilizada para registro, análise e disseminação de dados sobre SG e SRAG, com acesso restrito a profissionais autorizados.
Sistema Nacional de Vigilância em Saúde: Estrutura integrada de órgãos, instituições e serviços em todos os níveis de governo para monitorar e controlar riscos e agravos à saúde da população.
Surtos: Ocorrência súbita de casos de uma doença acima do esperado em uma área restrita ou grupo específico.
Vigilância Epidemiológica: Conjunto de ações contínuas e sistemáticas voltadas para a coleta, consolidação, análise e interpretação de dados sobre eventos de saúde, com o objetivo de orientar a formulação, a implementação e a avaliação de medidas de prevenção e controle de doenças e agravos. A vigilância epidemiológica permite detectar precocemente alterações no padrão de ocorrência de doenças, identificar surtos e epidemias, monitorar tendências e avaliar o impacto de intervenções, como campanhas de vacinação ou medidas de contenção. O processo é cíclico e integrado, envolvendo a coleta de dados, processamento e consolidação, análise e interpretação, disseminação de informações, desembocando em ações em saúde pública. A vigilância epidemiológica pode ser universal (abrangendo todos os casos de determinada doença em todo o território), sentinela (baseada em unidades de saúde selecionadas, representativas de um território ou população) e eventual ou sindrômica (focada na detecção precoce de síndromes ou eventos incomuns, mesmo antes da confirmação laboratorial). No Brasil, a vigilância epidemiológica está integrada ao Sistema Nacional de Vigilância em Saúde e regulada por normas do Ministério da Saúde, sendo operacionalizada por secretarias municipais, estaduais e federal, com articulação com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e outras redes internacionais.
Vírus influenza: Grupo de vírus respiratórios classificados nos tipos A, B e C (e tipo D, restrito a animais). O tipo A circula em humanos e diversas espécies animais, apresentando elevada capacidade de recombinação genética e mutação, originando subtipos como H1N1 e H3N2, com potencial pandêmico. O tipo B circula quase exclusivamente em humanos e provoca epidemias sazonais. O tipo C causa infecções mais brandas e menos frequentes. O vírus influenza sofre mutações graduais e mudanças abruptas, exigindo atualização anual da vacina conforme recomendações da OMS.
Vírus influenza A (H1N1)pdm09: Subtipo do vírus influenza A que emergiu em 2009, resultante da recombinação genética entre vírus influenza de origem suína, aviária e humana. Foi responsável pela pandemia de 2009-2010, caracterizada por alta disseminação global e impacto significativo em adultos jovens e gestantes. Desde então, tornou-se um dos subtipos sazonais de influenza A, integrado às formulações anuais de vacina.
Vírus Sincicial Respiratório (VSR): Vírus responsável por uma das principais causas de bronquiolite e pneumonia em lactentes, crianças pequenas e idosos. Transmite-se por gotículas respiratórias e contato direto. Apresenta dois subgrupos principais (A e B), com impacto significativo em saúde pública devido à alta taxa de hospitalizações pediátricas e à ausência, até recentemente, de vacina amplamente disponível.